Esta é uma historia que se passa nos século
XIX na fazenda Brilho do Sol que fica no interior do Brasil, fazenda a qual
morava o Barrão Manuel com sua esposa Madalena. Madalena foi obrigada por seu
pai a casar com o Barrão pelo dote que iria receber, por conta disso eles nunca
foram muito felizes juntos. Barrão era um homem que caráter forte, traiçoeiro, canalha,
ignorante e turrão, já Madalena era uma moça linda que ainda muito jovem que
sempre acreditou no amor verdadeiro, mas sabia que agora casada com Barrão ela
não teria mais chances de viver seu sonho. Manuel tinha que ter um herdeiro
para comandar toda a fazenda quando ele se fosse, mas a ultima coisa que
Madalena queria dar a ele era um filho.
Madalena era muito jovem e acreditava que não deveria ficar presa
naquela fazenda. Um dia seu marido teve que fazer uma viajem a trabalho de
exatos dois dias, Madalena aproveitou a oportunidade para encantar o capanga de
barrão com sua beleza, e assim sair apenas mais uma noite, Vicente um capanga
forte e avantajado não pode resistir aos encantos da moça, então a levou até a
cidade, mas com a condição que ele não sairia de perto dela, ela aceitou.
Madalena teve sua ultima noite livre, dançou e bebeu a noite toda, tanto que
não se lembra ao certo o que mais a de ter feito.
Alguns meses depois Madalena surpreende seu marido com a noticia que
estava aguardando um herdeiro que ele tanto quer, Barrão adorou a noticia, pois
finalmente teria um herdeiro. Manuel sabia que estava ficando velho e achou que
seria difícil conseguir engravida-la.
Na
fazenda Brilho do Sol havia uma senzala que vivia sofridamente Helena e vários
escravos, a moça era uma negra belíssima e muito jovem, por onde passava
despertava olhares, porém por ser negra ninguém queria assumir nada com ela,
apenas namoricos de vez em quando. A moça ficou gravida no mesmo tempo que
Madalena, alegando que seu filho era de Luizum outro escravo.
O tempo se passou e o bebê de Helena nasceu, Valquíria uma mulatinha
linda, o que alarmou duvidas para Luiz, que estranhou o fato da filha nascer
mulata, mas relevou pois sabia que Helena nunca fora das mais comportadas e
negar sua filha não viria ao caso no momento. Dois meses depois nasce o filho
de Madalena com o Barrão, Fabrício que também nasceu de cor mulata, Manuel não
gostou nem um pouco de ver que seu filho não nasceu totalmente branco, mas
sabia que não haveria chances do filho não ser dele, pois todas as vezes que
ele saia deixava seu capanga, de olho em Madalena, Vicente era o homem que
Manuel mais confiava.
Jana era uma senhora bondosa e escrava que cuidava dos afazeres do lar,
cuidou de Fabrício a infância inteira, com isso pegou muito afeto pelo garoto,
se sentia como a mãe dele. Nos dias em que os patrões estavam fora Jana deixava
que ele fosse brincar nos arredores da fazenda, pois tinha pena do menino que
ficava o dia todo preso dentro de casa sem poder fazer nada, sem nem um amigo,
Jana sabia o quanto era ruim ficar preso como um animal.E foi em uma dessas
saídas que ele conheceu Valquíria. Estava andando em direção à cachoeira
Jataramá quando avistou a bela garotinha.
- Meu nome é Valquíria, e o seu?
- Fabrício. Você mora aqui?
- Sim, moro com a minha mãe na senzala da
fazenda Brilho do Sol...
- Nossa eu moro nessa fazenda! Eu não tenho
nem um amigo, meus pais não me deixam sair muito... Você quer ser minha amiga?
- Sim! Eu também não tenho muitos amigos
aqui.
- Tá bom, que tal irmos à cachoeira,
Valquíria?
- Claro, eu adoro ir lá.
Os
dois se divertiram a tarde toda, mas estava escurecendo e Fabrício tinha que ir
para a casa antes que seus pais chegassem.
- Valquíria, agora eu tenho que ir embora,
esta escurecendo e logo meus pais irão chegar. Mas amanha eu volto para
brincarmos mais.
- Tudo bem, eu te acompanho.
E
assim os dois voltaram à fazenda, deixando marcado um próximo encontro. Logo
que chegou Fabrício foi correndo tomar um banho, assim que saiu seus pais
chegaram.
A
família do barrão nunca foi muito unida, seus jantares sempre foram
silenciosos, mas nesta noite, mesmo sabendo que não deveria contar, Fabrício estava tão contente que deixou escapar.
- Papai, mamãe vocês sabiam que tem uma
criança que vive na senzala aqui da nossa fazenda? O nome dela é Valquíria e
ela é muito legal, ela falou que vai ser minha amiga!
O barrão ficou muito assustado com a noticia,
não sabia que havia uma criança lá, pois não gostava de manter muito contato
com os escravos. Imediatamente correspondeu a sua surpresa.
- Como você sabe disso, moleque?
- A Jana me deixou sair esta tarde, estava
indo a caminho da cachoeira quando a vi.
- Jana deixou você sair? – Disse o barrão
furioso, se levantando da mesa–Fabrício não quero você se juntando com aquele
povo, eles são negros, são escravos, devem te servir, não ser seus amigos. Não
quero mais você fora dessa casa sem a minha autorização.
Madalena se assustou com a reação do marido. Já Fabrício foi correndo
para o seu quarto chorando, pois não poderia ir à seu encontro com valquíria.
No dia seguinte viu que Jana na cozinha fazendo um bolo de fubá, isso era normal, mas Fabrício era uma criança muito inocente e estranhou o fato de Jana estar muito mal e ferida, ela não quis lhe dizer o motivo, não queria preocupa-lo. Fabrício estranhou e foi perguntar a sua mãe o que havia acontecido com a pobre escrava que tanto gostava.
No dia seguinte viu que Jana na cozinha fazendo um bolo de fubá, isso era normal, mas Fabrício era uma criança muito inocente e estranhou o fato de Jana estar muito mal e ferida, ela não quis lhe dizer o motivo, não queria preocupa-lo. Fabrício estranhou e foi perguntar a sua mãe o que havia acontecido com a pobre escrava que tanto gostava.
- Mamãe o que aconteceu com Jana, porque ela
esta assim? – Disse o menino agoniado.
- Seu pai ordenou que seu capanga Vicente
desse uma coça nela por tê-lo deixado sair ontem de tarde.
- Porque o papai fez isso? Ela só queria me
ajudar
- Não discuta, Fabrício! – Disse a mulher
enfurecida com toda a preocupação do garoto com a escrava.
Na
mesma tarde Fabrício foi até Jana.
- Jana me desculpa eu não sabia que meu pai
fosse ficar tão furioso, eu não queria que acontecesse isso com você!
- Tudo bem, meu menino. Eu não poderia ter
deixado você sair, é uma regra e eu não a cumpri.
- Obrigada por me ajudar e não disser que fui
eu quem pediu.
- Imagina, Fabrício nunca iria te culpar por
algo.
- Jana, posso te pedir um favor?
- Diga.
- Já que você é uma escava e pode ir até
senzala, você poderia avisar a Valquíria que não vou poder ir ao nosso
encontro?
- Claro que aviso.
- Muito obrigada, agora tenho que ir para
minha aula, até mais.
- Até, meu querido.
Dois anos se passam, agora Fabrício tem oito anos de idade e ainda sim
não pode sair de casa, porem a vontade de sair e reencontrar Valquíria não
acaba, ele nunca esqueceu aquela tarde, a melhor da vida dele, ainda sonha em
viver tudo aquilo novamente, não sabia que ter uma amiga fosse tão divertido.
Em
uma tarde Fabrício percebe que seus pais saíram e junto foi seu capanga, por
tanto a casa estava sem vigias. O garoto foi correndo até a senzala atrás de
sua amiga, quando chegou lá ficou assustado com as condições em que viviam, sem
contar os olhares surpreendidos de escravos. Logo Valquíria apareceu e os dois
foram correndo até a cachoeira, no caminho Fabrico contou tudo que havia
acontecido, e que seria difícil eles se encontrarem. A mocinha entende, mas
fica muito triste por perder seu amigo que tanto lhe fez falta. Nesta tarde
eles se divertiram como nunca.
- Valquíria você mora lá né?
- Sim.
- Mas como vocês conseguem lá é sujo, não tem
lugar para dormir, não tem nem banheiro.
- Fabricio meus pais são escravos e eu
também, assim como todo aquele povo, nós sofremos sim morando lá e fazendo
tanto trabalho, mas ali é o nosso lugar.
- Mas porquê?
- Fabricio, Fabricio... Nós somos negros,
você e sua família são brancos, essa é a diferença.
- Eu não vejo diferença nenhuma, você é como
eu, sua cor não tem nada ver.
- Mas não é isso que pensam.
- Mas deveria, você é minha melhor amiga e um
dia eu vou te tirar dessa.
- Quem sabe um dia isso acabe mesmo... Lá é
triste, mas também é divertido as vezes, tem noites que conseguimos fazer
algumas festas, essas noites são raras, mas são muito divertidas.
- Eu não sei o que é ter uma noite divertida.
- Um dia você pode ir comigo, quando tiver eu
te aviso.
- Seria ótimo.
Os
dois se divertiram como nunca esta tarde, apensar de Fabrício ficar bastante
intrigado com a vida que ela e todos os escravos levavam. Quando o sol estava a se pôr, Fabrício viu
uma rosa vermelha ao lado da cacheira.
- Valquíria olhe que flor linda!
- Nossa, que rosa linda, e muito cheirosa
também.
- Ela é bonita e delicada como você. Pena que
não vou mais conseguir te ver.
Valquíria pegou duas fitas que estavam amarradas em seu cabelo e amarrou
uma delas no dedo de Fabrício.
- Esta vendo essa fita? Ela representa a
nossa amizade, bonita e delicada como esta rosa. E enquanto a ultima rosa
existir nesse mundo pode ter certeza que eu vou estar te esperando, talvez eu
não possa te ver amanha e nem depois, mas sempre estarei esperando você. Você
vai vir quando puder, mesmo que seu pai não queira que você me veja porque sou
negra? – Disse a garota ansiosa, e com medo da reação do amigo que aparentou
tão surpreso com a atitude de Valquíria.
Adorei! Estou ansioso para ler os próximos capítulos...
ResponderExcluirContinuem assim meninas.
Lindo!
ResponderExcluirEspero o próximo capítulo! :)
ResponderExcluirAdorei! O final é muito fofo!!
ResponderExcluirDivino, adorei ansiosa para o próximo capítulo ;)
ResponderExcluirlinda e criativa,amei <3 espero o proximo capítulo :)) u.u
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